segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Manejo de barragem subterrânea

Foto Embrapa
Manejo de barragem subterrânea é tema do prosa rural


O programa de rádio Prosa Rural apresentará até o dia 9 de julho, para os ouvintes da região Nordeste/Vale do Jequitinhonha, o tema Manejo Adequado de barragem subterrânea. Esta tecnologia social tem contribuído para melhorar o convívio das famílias com o semiárido ao armazenar água para produção de alimentos e diminuir os riscos da agricultura dependente de chuva.

A barragem subterrânea consiste na construção de uma parede para dentro da terra até a camada
impermeável. Desta forma, faz o barramento das águas das chuvas que escorrem no interior e acima do solo e forma uma espécie de vazante artificial que mantém  o terreno molhado até quase fim do período de estiagem. Esse tempo de permanência da umidade na área de acumulação da barragem subterrânea depende da quantidade de chuva ocorrida e do manejo adotado na tecnologia.

O manejo da água acumulada na área de captação da barragem exige um monitoramento criterioso e contínuo da sua qualidade, principalmente com relação à presença de sais. Fatores ambientais como a elevada evapotranspiração anual na faixa de 2000 mm e a precipitação em torno de 600 mm elevam os riscos de salinização uma vez que a água fica retida no solo.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Solos - UEP Nordeste, Maria Sonia Lopes da Silva, entrevistada para o Prosa Rural, a construção de um poço ou cacimbas à montante da barragem subterrânea é uma alternativa que está sendo usada em unidades localizadas em leito de rio/riacho, permitindo a renovação da água, consequentemente diminuindo os riscos de salinização da área.

A água do poço também pode ser utilizada para consumo de pequenos animais e irrigar outras áreas da propriedade. É também, importante, por facilitar a coleta de amostras de água para análise físico-química e por possibilitar acompanhar o nível da água na bacia de acumulação. Essa análise da água é recomendada a cada dois anos, nos períodos de estiagem e durante as chuvas, respectivamente.

Para o manejo do solo, tal como em qualquer outro sistema de exploração agrícola, na barragem subterrânea também se deve preparar a área de plantio após as primeiras chuvas, quando o solo estiver com umidade ideal, à semelhança do sistema de plantio de agricultura de vazante. No sistema de agricultura de vazante o plantio é feito acompanhando a linha da água, podendo-se utilizar para isso implementos à tração animal ou mecanizado.

É importante chamar a atenção para o fato de que nunca se deve plantar na área próxima ao sangradouro, após as primeiras chuvas, pois pode correr o risco de encharcar o solo por ocorrência de chuvas torrenciais, causando perda do plantio. Assim como é recomendado fazer para a água, deve-se realizar também análise de solo a cada dois anos para acompanhar a fertilidade e os níveis de sais no solo.

Com relação ao manejo das culturas exploradas em barragem subterrânea, recomenda-se utilizar práticas agroecológicas a exemplo de caldas biofertilizantes, compostagem, cobertura morta, diversificação de cultivos, esterco, tortas vegetais, e para o controle fitossanitário o uso de inseticidas naturais. No Nordeste, a barragem subterrânea permite a família agricultora plantar com sucesso e conforme a tradição da região, cultivos como milho, feijão, forragens, fruteiras, mandioca, cana-de-açúcar, hortaliças, entre outras.

“As experiências das famílias agricultoras têm demonstrado que a barragem subterrânea tem transformado um quadro de adversidade em múltiplas potencialidades; é, sem dúvida, uma das alternativas que em conjunto com outras tecnologias de captação de água, vem viabilizando a produção de água para obtenção de alimentos, o que tem resultado na valorização da cidadania, consequentemente na qualidade de vida destas famílias”, afirmou Maria Sonia Lopes da Silva.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Mais informações: 


Embrapa Solos-UEP Nordeste
figueiroa@uep.cnps.embrapa.br
(81) 3325-5988

Embrapa Semiárido
marcelrn@cpatsa.embrapa.br
Marcelino Ribeiro
Telefone: (87) 3862-1711

Embrapa Tabuleiros Costeiros
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
sauloceolho@cpatc.embrapa.br
Telefone: (79) 4009-1381


Nenhum comentário: