quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Rotação de culturas pode melhorar produtividade da cana?

Sim, a prática aumenta a produção e é mais amigável à conservação do solo, além de garantir fornecimento de nitrogênio para cana plantada, auxílio no controle de nematóides, entre outras vantagens.

Uma pesquisa de campo conduzida há mais de um ano pelo Instituto Agronômico (IAC) demonstra que a rotação de culturas na reforma da cana-de-açúcar melhora em até 20% a produtividade dos canaviais. As análises em campos experimentais de plantio direto de diferentes culturas (soja RR, girassol superprecoce, amendoim rasteiro, milho, crotalária e mucuna verde) sobre palhada de área em reforma de cana colhida comprovaram os benefícios agronômicos e ambientais e para os plantios seguintes de cana. Os primeiros resultados do trabalho começaram a ser divulgados no Tour de Sustentabilidade, evento da Monsanto em parceria com o IAC, que deve percorrer todo o estado de São Paulo ao longo do ano.

“Uma vez que a prática aumenta a produtividade e é mais amigável à conservação do solo, então temos aqui um manejo agrícola sustentável que responde aos anseios da sociedade”, afirma o engenheiro agrônomo Denizart Bolonhezi, pesquisador científico do IAC. Ele explica que a rotação garante fornecimento de nitrogênio para cana plantada, auxílio no controle de nematóides, controle de plantas daninhas perenes (grama seda, tiririca etc), amortização de 30% a 40 % do custo de implantação do canavial, auxílio no controle da erosão, aumento na biodiversidade do solo, utilização de tratores e máquinas ociosas na entressafra da cana, além da diversificação das economias regionais.

É aí que reside outra vantagem da rotação: a possibilidade de também lucrar com a cultura escolhida. Nesse sentido, a soja Roundup Ready®, tolerante ao glifosato, se apresentou como excelente alternativa. Isso porque se trata de uma commodity, portanto seu valor está menos sujeito às instabilidades do mercado. Sem contar o ciclo de colheita mais adequado para a reforma, a maior eficiência e flexibilidade no controle de plantas daninhas e a rentabilidade do produto. “Normalmente, tem-se 130 dias disponíveis para que a soja seja colhida e a usina possa entrar com o novo plantio de cana”, explica Marcelo Montezuma, coordenador de Desenvolvimento Tecnológico da Monsanto.

O estado de São Paulo já cultiva 4,2 milhões de hectares de cana-de-açúcar. Nos próximos anos, essas lavouras serão reformadas à média anual de 16,66% (equivalente a 750 mil ha/ano). Deste total, a grande parte permanece em pousio, a outra é cultivada com adubos verdes (Crotalaria juncea, principalmente) e o restante acaba sendo plantado com “cana de ano” e culturas comerciais como amendoim e soja. 

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